Prince Rogers Nelson, nascido a 7 de junho de 1958 em Minneapolis, Minnesota, morreu esta quinta-feira em Chanhassen, Minnesota. O cantor norte-americano, que era conhecido apenas pelo seu primeiro nome e foi considerado um ícone na música pop por mais de três décadas, morreu enquanto se encontrava em digressão do último álbum e a gravar o próximo.
Filho de Mattie Shaw e de John Nelson, que tinha a sua própria banda, a Prince Rogers Jazz Trio, o cantor cedo começou a dar cartas na música. Com apenas sete anos, Prince – que ficou conhecido com temas como “Purple Rain”, “Kiss” ou “Cream” – escreveu a sua primeira canção e 12 anos mais tarde lançou-se na carreira de cantor a solo. Antes disso, chegou a gravar algumas músicas para a banda dos primos, 94 East.
No entanto, nem sempre a vida foi fácil para a família do cantor, apesar da mesma se saber pouco. Segundo a revista NME, quando se iniciou no mundo da música, Prince tinha tão pouco dinheiro que chegava a ficar fora do McDonalds, em Minneapolis, apenas para cheirar a comida.
Também no campo dos relacionamentos amorosos, Prince não foi bem sucedido. Nos anos 80 namorou com Sheila Escovedo, Vanity, Apollonia Kotero – com quem contracenou em “Purple Rain” -, Kim Basinger e Carmen Electra. Antes de se casar pela primeira vez, o cantor namorou ainda com Heidi Mark e Nona Gaye. Iniciou depois um romance com Mayte Garcia, sua corista, com quem casou em 1996 em Minneapolis. O casal foi pai de um menino, Boy Gregory, que morreu uma semana após o parto devido a uma deficiência rara no crânio. Em 1998, Mayte Garcia e Prince separaram-se e o casamento foi anulado.
Já em 2001, Prince casou-se com Manuela Testolini, que conheceu enquanto esta trabalhava numa das suas associações de solidariedade. No entanto, o casamento viria a terminar em 2006, “contra a vontade do cantor”, segundo conta a People.
Refeito do coração partido, Prince namorou ainda com Bria Valente em 2007, a última relação pública. Recentemente, o cantor chegou a ser associado a Misty Copeland.
Uma carreia sem igual
Antes de chegar ao estrelato, o músico gravou várias demos sem sucesso antes de chegar ao álbum “For You” em 1978. No entanto, foi apenas com o álbum “Prince” que o artista entrou no Bilboard 200, muito graças ao sucesso das músicas “Why You Wanna Treat Me So Bad?” e “I Wanna Be Your Lover”.
Os três álbuns seguintes – Dirty Mind (1980), Controversy (1981) e 1999 (1982) – transformaram Prince num cantor aclamado pelas massas, reconhecido pelas suas letras atrevidas e de cariz sexual.
Em 1984, lança Purple Rain, que serviu de banda sonora para a sua estreia na sétima arte.
Responsável pela maioria das letras das suas canções, Prince chegou mesmo a escrever temas e até a produzir música para outros artistas, tudo sob pseudónimos.
7 Grammys e um concerto surpresa
Em 2004, após vários anos afastado do seu registo habitual, Prince regressa em grande ao subir ao palco nos Grammys ao lado de Beyoncé e ao ficar em 27º na lista dos 100 Melhores Artistas de Sempre da revista Rolling Stone. Nesse mesmo ano, lança o álbum “Musicology”, com o qual vence dois Grammys e faz aquela que foi aclamada como a melhor digressão dos EUA.
Segue-se o álbum “3121”, em 2006, ano em que escreve e dá voz à música “Song of the Heart” para o filme “Happy Feet”, com a qual vence o Globo de Ouro de Melhor Canção Original.
Ao longo da sua carreira, Prince ganhou sete Grammys, um Globo de Ouro, um Óscar e lançou 15 álbuns, incluindo o último – HITnRUN Phase One – que foi divulgado em exclusivo no Tidal em setembro de 2015, antes de ser lançado em CD uma semana depois.
Apesar de ter lançado o seu último álbum num serviço de streaming, a sua relação com as novas tecnologias nem sempre foi a melhor e, em 2015, chegou mesmo a mandar retirar do Tidal todas as suas músicas. Meses mais tarde, voltou atrás na decisão e regressou ao streaming.
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Também a sua presença nas redes sociais não foi pacífica e, depois de ter criticado a internet, em 2010, e de ter apagado as contas do Facebook e do Twitter, o cantor aderiu ao Instagram em outubro de 2015.
O conceituado cantor atuou pela primeira vez em Portugal no antigo Estádio José Alvalade, em Lisboa, em 1993, e regressou para um concerto no Pavilhão Atlântico, também na capital, em 1998, seguido pelo espetáculo no Meco, em 2010, onde surpreendeu a subir ao palco durante um concerto de Ana Moura. O seu último concerto em terras lusas data de 2013 e aconteceu, de surpresa, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
A amizade entre Ana Moura e Prince foi sempre vista como algo muito especial pela fadista. Em entrevista à Blitz, em 2012, Ana Moura confessou que, quando ouvia o músico a tocar piano ou um solo de guitarra, pensava “que privilégio, que honra isto ter-me acontecido a mim”.
Lembro-me de ter lido que ele tinha convidado a Amy Winehouse, de quem eu gostava imenso, para passar o Natal com ele; queria ajudá-la. Pensei para mim mesma que, se calhar, aquilo me poderia ter acontecido a mim se tivesse nascido noutro sítio que não Portugal (risos). Um ano depois, contactou-me”.
Pouco depois de ser conhecida a morte do artista, Ana Moura alterou a sua foto de perfil e de capa na sua página oficial do Facebook para imagens a negro, numa clara mensagem de luto pela morte do amigo.
Fonte: tvi24